Monday, October 29, 2007

E-mail a Època

Considerando que dificilmente a revista vai publicar o e-mail que enviei, tomo a liberdade de fazê-lo no blog.

Poucas reportagens foram tão tendenciosas, tão intolerantes e preconceituosas quanto “O que estão ensinando as nossas crianças”. Na realidade é um panfleto capitalista dos tempos em que se pregava “que comunista come criancinha” (aliás, hoje se vê quem “come” criancinha). O que ela faz é simplesmente desqualificar quem pensa diferente da direção da revista e de seus profissionais, quem acredita que é possível fazer um mundo mais justo e quer desenvolver uma visão crítica nos jovens. Ou seja, se ensina o que define o status quo o livro é de qualidade fora isso, não presta. Dentro desse ponto de vista absurdo de Época professores que pensam diferente do modelo estabelecido pelo capitalismo não podem produzir livros didáticos porque não estão de acordo com conteúdo massificado e uniforme estabelecido pelo poder econômico. Na realidade o que emburrece as pessoas são reportagens intolerantes e preconceituosas como estas.



Breno Sampaio
Belo Horizonte - MG

Monday, October 15, 2007

Aos professores

Dia 15 de outubro, dia de parabenizarmos a essas pessoas (não digo que sejam profissionais, porque para ser professor é necessário muito mais do que profissionalismo, é preciso amor) que muitas vezes marcam nossas vidas com seu carinho, amizade e dedicação. Por que alguém sai de sua casa, anda quilômetros sob sol ou chuva, poeira ou barro, nesse interior do Brasil, em troca de um salários miserável se não por amor e por idealismo? Por que alguém se dispõe a exercer uma atividade na qual muitas vezes enfrenta a incompreensão de pais e alunos e muitas vezes sofre violências de todos os tipos senão por acreditar muito naquilo que faz? Nossa população muitas vezes não compreende que para sermos um país mais justo precisamos de educação de qualidade e que esta passa, necessariamente, pelo reconhecimento, valorização (não apenas financeira) e respeito aos professores.

Gostaria de iniciar minhas homenagens aos professores que, muitas vezes vimos pela televisão, nos telejornais, percorrem grandes distâncias até chegar aos seus alunos, enfrentando todos os tipos de obstáculos, sejam naturais ou sociais.

Aproveito para homenagear alguns professores em particular, sem no entanto, esquecer de outros que também foram importantes. O primeiro que eu gostaria de homenagear é Professor Gilvan Sampaio, meu pai, que foi, durante os anos em que lecionou, um exemplo de dedicação a profissão.

Quero agradecer as minhas professoras de primário, Norma, Rosana e Dolores. De ginásio, lembro-me com saudade do Professor André, de Língua Portuguesa, da Professora Cíntia, de Matemática e da Professora Maria do Carmo, de História e Geografia, além da Professora Santuza, de Ciências.

Do meu período da Faculdade de História guardo na memória os ensinamentos dos saudosos professores Gilgal Gonçalves, de Sociologia e da Professora Lucy Caetano da Silva, de Introdução ao Estudo da História e História Antiga I. Foram pessoas inesquecíveis, com seus ensinamentos e exemplos de vida. Foram profundamente sábios. Lembro com saudade também dos professores Luiz Antônio Carvalho (História Antiga e História Medieval, sua paixão), Núbia Braga (História de Minas), Ruylon (este de Filosofia), Solange Faria (carinhosamente chamada de Solanginha, de História do Brasil), Hilton César (História Moderna), Cássio Miranda, Wellington Oliveira, Ricardo de Moura Faria e Mônica Liz. . Deste período também lembro da professora Márcia Mascarenhas da Fonseca (Turismo). Além de uma pessoa extremamente culta, foi uma das pessoas mais agradáveis e finas que eu tive oportunidade de conhecer. É destas pessoas que você pode conversar 4 ou 5 horas com a sensação de ter se passado meia hora.

Do curso de Biblioteconomia, poderia citar, do primeiro período, que é o período que passamos na Fafich, Frederico Almeida (Filosofia), Luciana Amorim (Teoria Democrática), José Afonso (Sociologia) e Marlene Oliveira (responsável pelo nosso primeiro contato com a Biblioteconomia). A partir do segundo período, Paulo da Terra, Francisca Rosaline Leite Motta (por quem tenho carinho especial, apesar de ter sumido no mundo e a quem sou muito grato pela força que me deu), Maurício Almeida, Renato Souza, Lídia Alvarenga, Cíntia Azevedo, Cida Moura, Vera Furst, Júlia Gonçalves e tantos outros, por quem tenho o mesmo respeito e admiração, mesmo não tendo sido citados aqui (aliás, é o problema das citações, sempre se corre o risco de esquecer alguém). Homenageio a todos os professores através destes que citei por ter tido com eles um contato muito próximo e por terem influenciado minha formação.


Sunday, October 14, 2007

A droga e a cana-de-açúcar

Folha de São Paulo, 14 de outubro de 2007: Droga urbana, crack chega aos canaviais. "´Nos canaviais, a droga surge como algo para enfrentar o insuportável´, diz pesquisadora que compilou dados do relatório”
Além dos impactos sobre o meio ambiente, que toda monocultura exerce, além das queimadas e desmatamentos para o plantio, a cultura da cana-de-açúcar produz impactos sociais devastadores, como o trabalho escravo, o trabalho em condições degradantes e, em conseqüência o uso de drogas.
A agressão ao meio ambiente pela produção de cana-de-açúcar não é nova. Existe no Brasil desde a colônia, bem como as condições precárias de trabalho. A novidade é o uso da droga, no caso o crack, por parte dos chamados bóias-frias para suportarem as condições de trabalho.
O álcool pode ser uma boa alternativa para os combustíveis fósseis, desde que sejam tomados os devidos cuidados, não se torne cultura única, seja feita a rotação de culturas, evite-se o desmatamento de florestas para a ampliação de áreas de plantio, haja uma fiscalização rigorosa das condições de trabalho por parte das autoridades competentes. Caso contrário, os efeitos do remédio serão piores do que os males que ele pretende combater.

Friday, October 12, 2007

Prêmio Nobel da Paz: Al Gore e IPCC

Penso que não poderia ter sido mais feliz a escolha do ex-vice-presidente Al Gore como Prêmio Nobel da Paz ao lado do IPCC. A escolha de ambos reforça a urgência com que deve ser tratada a questão ambiental no planeta, que é um problema de todos, de indivíduos a nações, passando por instituições. O problema ambiental deve ser tratado desde pequenos hábitos como amassar um papel de bombom e acender ou apagar um interruptor e não apenas no âmbito dos grandes poluidores como as industrias ou desmatamento e queimadas de grandes áreas de florestas, sob pena de tornarmos a vida na Terra insuportável.