Enforca o foca
O drible (chamado de drible da Foca) do Kerlon, atacante do Cruzeiro e a falta cometida pelo lateral Coelho, mostram bem a que ponto a falta de ética e o sensacionalismo dos profissionais da mídia podem chegar. Mostram também a hipocrisia e a preguiça de pensar de boa parte do publico brasileiro. Um tranco um pouco mais forte que o defensor deu no atacante para interromper a jogada foi motivo de notícia nos principais noticiários e periódicos do Brasil. O lateral foi punido com cartão vermelho direto, pelo arbitro Evandro Rogério Roman, que apitou a vitória do Cruzeiro sobre o Atlético por 4 a 3. Mas a crônica esportiva do Brasil se julgou no direito de tratar o Coelho como se fosse bandido. De repente o lateral atleticano passou a ser responsável por todos os problemas do Brasil. O procurador do STJD, Paulo Schimit resolveu a posar de defensor da moralidade no futebol (poderia posar com uma melancia no pescoço na Praça 7) e decidiu denunciar o Coelho por agressão ao adversário e não por jogo violento, como foi relatado pelo arbitro na súmula.
As pessoas, com preguiça de pensar, aceitaram o tratamento que a imprensa deu de uma falta relativamente comum no futebol, como uma tentativa de homicídio. O que queriam que o Coelho desse licença para que o atacante fosse batendo bola até dentro do gol? Pode ter certeza: a maioria das pessoas que opinaram contra o Coelho, caso o time delas estivesse perdendo o clássico, desejariam que algum defensor matasse o atacante, “batesse um tiro de meta” com a cabeça dele ou no mínimo “arrancasse” os joelhos. Eu não tinha nada contra o drible. Apenas achava que fosse um exagero o tratamento da falta como se fosse uma agressão. Depois disso passei a torcer para que um urso coma o Foca (no bom sentido). Ou estoure-lhe os joelhos.
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